CORAÇÃO PURO, CONSCIÊNCIA BOA E FÉ SEM HIPOCRISIA


1 TIMÓTEO 1.3-7                        

Após demonstrar o seu amor e cuidado por Timóteo (vv. 1,2), Paulo passa a instruí-lo sobre como lidar com as pessoas; especialmente aquelas que distorciam o Evangelho de Cristo. 

Também o orientou a admoestar os cristãos imaturos a não se ocuparem com fábulas (mitos gnósticos) e genealogias (lendas judaicas), que só serviam para promover discussões vãs (v.3). 

Tais pessoas, afirma Paulo, “perderam-se em loquacidade frívola (verborreia), pretendendo passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações” (vv. 6,7) – Versão Revista e Atualizada - RA 

Timóteo, entretanto, precisava ter em mente o intuito da presente admoestação“Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia” (v. 5) – versão Revista e Atualizada - RA

Paulo acreditava que os falsos ensinamentos produziriam nos efésios exatamente o contrário do que o Evangelho produz. Em vez de um coração puro, um coração impuro; no lugar de uma consciência sã, uma mente maliciosa; e, em vez da fé sem hipocrisia, uma espiritualidade fingida, de fachada. Em síntese, o que o apóstolo temia era que os cristãos em Éfeso se afastassem do único fundamento da fé e do único caminho para a salvação: Jesus Cristo.

É impressionante o poder devastador de um ensino bíblico falso. É capaz de fazer com que até a lei de Deus que, em essência, é boa e vital, se torne um artefato perigoso (v.8). 

O pastor e teólogo presbiteriano brasileiro Júlio Andrade Ferreira, in memoriam, costumava dizer que “a Bíblia é a mãe de todas as heresias”; alertando os seus leitores para o perigo real de interpretações errôneas e heréticas dás Sagradas Escrituras. Interpretações feitas a partir de conveniências humanas e esquemas carnais. 

Hans Bürki, explica que os adjetivos puro, bom e sem hipocrisia na realidade podem ser intercambiados, porque se referem à mesma coisa: à mentalidade límpida e pura do ser humano, como um todo, em pensamentos, palavras e ações. 

Ao criar um coração novo, diz Bürki, o objetivo de Deus é recriar, por meio do seu Espírito, uma mentalidade pura e direcioná-la à plenitude e ao alvo final de toda a vida: amor a Deus - a partir da verdade que é Cristo -, e amor ao próximo - a partir do ser humano nascido de novo. 


 Irailton M. Souza

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