POR QUE O JUSTO SOFRE? | R.C. SPROUL

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No âmago da mensagem do livro de Jó, acha-se a sabedoria que responde à questão a respeito de como Deus se envolve no problema do sofrimento humano. Em cada geração, surgem protestos, dizendo: “Se Deus é bom, não deveria haver dor, sofrimento e morte neste mundo”. Com este protesto contra as coisas ruins que acontecem a pessoas boas, tem havido tentativas de criar um meio de calcular o sofrimento, pelo qual se pressupõe que o limite da aflição de uma pessoa é diretamente proporcional ao grau de culpa que ela possui ou pecados que comete.
No livro de Jó, o personagem é descrito como um homem justo; de fato, o mais justo que havia em toda a terra. Mas Satanás afirma que esse homem é justo somente porque recebe bênçãos de Deus. Deus o cercou e o abençoou acima de todos os mortais; e, como resultado disso, Satanás acusa Jó de servir a Deus somente por causa da generosa compensação que recebe de seu Criador.
Da parte do Maligno, surge o desafio para que Deus remova a proteção e veja que Jó começará a amaldiçoá-Lo. À medida que a história se desenrola, os sofrimentos de Jó aumentam rapidamente, de mal a pior. Seus sofrimentos se tornam tão intensos, que ele se vê assentado em cinzas, amaldiçoando o dia de seu nascimento e clamando com dores incessantes. O seu sofrimento é tão profundo, que até sua esposa o aconselha a amaldiçoar a Deus, para que morresse e ficasse livre de sua agonia. Na continuação da história, desdobram-se os conselhos que os amigos de Jó lhe deram — Elifaz, Bildade e Zofar. O testemunho deles mostra quão vazia e superficial era a sua lealdade a Jó e quão presunçosos eles eram em presumir que o sofrimento indescritível de Jó tinha de fundamentar-se numa degeneração radical do seu caráter.
Eliú fez discursos que traziam consigo alguns elementos da sabedoria bíblica. Todavia, a sabedoria final encontrada neste livro não provém dos amigos de Jó, nem de Eliú, e sim do próprio Deus. Quando Jó exige uma resposta de Deus, Este lhe responde com esta repreensão: “Quem é este que escurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento? Cinge, pois, os lombos como homem, pois eu te perguntarei, e tu me farás saber” (Jó 38.2, 3). O que resulta desta repreensão é o mais vigoroso questionamento já feito pelo Criador a um ser humano. A princípio, pode parecer que Deus estava pressionando Jó, visto que Ele diz: “Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra?” (v. 4) Deus levanta uma pergunta após outra e, com suas perguntas, reitera a inferioridade e subordinação de Jó. Deus continua a fazer perguntas a respeito da habilidade de Jó em fazer coisas que lhe eram impossíveis, mas que Ele podia fazer. Por último, Jó confessa que isso era maravilhoso demais. Ele disse: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza” (42.5-6).
Neste drama, é digno observar que Deus não fala diretamente a Jó. Ele não diz: “Jó, a razão por que você está sofrendo é esta ou aquela”. Pelo contrário, no mistério deste profundo sofrimento, Deus responde a Jó revelando-se a Si mesmo. Esta é a sabedoria que responde à questão do sofrimento — a resposta não é por que tenho de sofrer deste modo particular, nesta época e circunstância específicas, e sim em que repousa a minha esperança em meio ao sofrimento.
A resposta a essa questão provém claramente da sabedoria do livro de Jó: o temor do Senhor, o respeito e a reverência diante de Deus, é o princípio da sabedoria. Quando estamos desnorteados e confusos por coisas que não entendemos neste mundo, não devemos buscar respostas específicas para questões específicas, e sim buscar conhecer a Deus em sua santidade, em sua justiça e em sua misericórdia. Esta é a sabedoria de Deus que se acha no livro de Jó.
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Robert Charles Sproul é pastor, teólogo e autor de vários livro, como Eleitos de Deus, publicado no Brasil pela editora Cultura Cristã. Publicado no site Liga Calvinista e divulgado no Púlpito Cristão

PERSEVERANÇA EM MANTER A VERDADE - SPURGEON

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"Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê, mas, sim, em si mesmo" - AGOSTINHO.
A coragem ousada e o livramento maravilhoso dos três jovens hebreus - Sadraque, Mesaque e Abdnego - ilustra a firmeza e a perseverança em manter a verdade ante as garras da tirania e as presas da morte. Tanto na questão da fé em Deus quanto na questão da retidão nos negócios, nunca sacrifique a sua consciência. E melhor perder tudo do que perder a sua integridade.
Quando tudo houver passado, o manter-se apegado a uma consciência limpa, como uma jóia rara, ainda poderá adornar o coração de uma pessoa. Não seja guiado pelas areias instáveis da sagacidade; em vez disso, siga a estrela inabalável da autoridade divina. Quando você não divisa nenhuma vantagem presente, ande pela fé e não por vista. Honre a Deus confiando nEle, quando você se deparar com alguma perda por causa do amor a um princípio espiritual.
Deus comprovará o que a sua Palavra afirma: “Grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento” (1 Timóteo 6.6); “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6.33). Pode acontecer que, na providência de Deus, você sofra uma perda por seguir a sua consciência. Você descobrirá que o Senhor não recompensa com a prata das riquezas terrenas; Ele cumprirá sua promessa com o ouro da alegria espiritual. Lembre-se de que “a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lucas 12.15).
Um espírito honesto, um coração isento de ofensas e o favor de Deus são riquezas maiores do que minas de diamantes. “Melhor é um prato de hortaliças onde há amor do que o boi cevado e, com ele, o ódio” (Provérbios 15.17). A paz permanente e profunda é mais valiosa do que toneladas de ouro.
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SOBRE CHARLES SPURGEON
Apelidado de “O Príncipe dos Pregadores”, o pastor Charles Haddon Spurgeon, foi usado poderosamente por Deus para trazer o reavivamente à igreja do século 19. Sua obra é vasta e sua vida uma inspiração até os dias de hoje. 
Frases marcantes de Charles Spurgeon:
“Todo cristão ou é um missionário ou é um impostor.”
“A convicção de ignorância é a porta de entrada do templo da sabedoria.”
“A lei do Senhor é o pão de cada dia do verdadeiro crente”.
“A igreja deve atrair pela diferença e não pela igualdade”.
“O diabo raramente criou algo mais perspicaz do que sugerir à igreja que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em vista ganhá-las para Cristo”.
“Hoje em dia ouvimos alguém extrair do seu contexto uma frase isolada na Bíblia e clamar: “Eureka!”, como se tivesse descoberto uma nova verdade; no entanto, não achou um diamante, mas um pedaço de vidro quebrado”.
“Nada deveria ser o alvo do pregador a não ser a glória de Deus através da pregação do evangelho da salvação”.
“Vocês e eu, somos constrangidos a pregar o evangelho, mesmo que nenhuma alma jamais seja convertida por ele; pois o grande propósito do evangelho é a glória de Deus, visto que Deus é glorificado mesmo naqueles que rejeitam o evangelho”.
“Preguem o evangelho tendo em vista unicamente a glória de Deus, ou então, segurem suas línguas.”