13. Creio que Deus redimiu o Seu povo para Si mesmo através de Jesus Cristo, nosso Senhor; que, embora Ele fosse, e continue a ser sempre o eterno Filho de Deus, mesmo assim nasceu de uma mulher, nascido sob a lei, a fim de que pudesse redimir aqueles que estão sob a lei; creio que Ele suportou a penalidade dos meus pecados em Seu próprio corpo sobre o madeiro, e cumpriu em Sua própria pessoa a obediência que devo à justiça de Deus, e que agora me apresenta ao Seu Pai como Sua propriedade comprada para o louvor da glória da Sua graça para sempre; portanto, renunciando a todo o mérito de mim mesmo, coloco toda a minha confiança apenas no sangue e na justiça de Jesus Cristo, meu Redentor.
14. Creio que Jesus Cristo, meu redentor, que morreu por minhas ofensas, foi ressurreto para a minha justificação, e subiu aos céus, onde Ele Se assenta à direita do Pai Todo-Poderoso, intercedendo continuamente por Seu povo e governando o mundo inteiro como cabeça sobre todas as coisas para a Sua Igreja; de modo que não preciso temer nenhum mal e posso saber, com certeza, de que nada pode me arrebatar das Suas mãos e nada pode me separar do Seu amor.
15. Creio que a redenção realizada pelo Senhor Jesus Cristo é eficazmente aplicada a todo o Seu povo pelo Espírito Santo, que opera a fé em mim e assim me une a Cristo, me renova em um homem completo conformado à imagem de Deus, e me permite morrer mais e mais para o pecado e viver para a justiça; até que Sua obra graciosa seja concluída em mim, e serei recebido na glória; na qual permanecendo a grande esperança, devo me empenhar sempre para aperfeiçoar a santidade no temor de Deus.
16. Creio que Deus exige de mim primeiramente, sob o evangelho, que a partir de uma verdadeira percepção do meu pecado e miséria, e apreensão de Sua misericórdia em Cristo, deva me desviar do pecado com tristeza e aversão, e receber e descansar somente em Jesus Cristo para a salvação; para que, assim unido a Ele, possa receber o perdão de meus pecados e ser aceito como justo aos olhos de Deus, apenas pela justiça de Cristo imputada a mim, e recebida pela fé somente; assim, e somente assim, creio poder ser recebido na multidão e ter o direito a todos os privilégios dos filhos de Deus.
17. Creio que, tendo sido perdoado e aceito por causa de Cristo, é, além disso, exigido de mim que eu ande no Espírito a quem Ele enviou a mim, e por quem o amor é derramado em meu coração, executando a obediência que devo a Cristo meu Rei; realizando fielmente todos os deveres estabelecidos sobre mim pela santa lei de Deus, meu Pai celeste; e sempre refletindo em minha vida e conduta o exemplo perfeito que me foi definido por Cristo Jesus, meu líder, que morreu por mim e me concedeu o Seu Espírito Santo para que eu possa fazer as boas obras que Deus, de antemão, preparou para que andássemos nelas.
18. Creio que Deus estabeleceu a Sua Igreja no mundo, uma e a mesma em todas as eras e, agora, sob o Evangelho, dotou-a com o ministério da Palavra e as santas ordenanças do Batismo, da Ceia do Senhor e a oração; para que através destes meios, as riquezas da Sua graça no evangelho sejam conhecidas do mundo, e pela bênção de Cristo e pelo trabalho do Seu Espírito naqueles que pela fé os recebem, os benefícios da redenção possam ser comunicados ao Seu povo; portanto também é exigido de mim que me ocupe desses meios da graça com diligência, preparação e oração, para que através deles eu possa ser instruído e fortalecido na fé e na santidade de vida e no amor; e que eu me utilize dos melhores esforços para levar o evangelho e transmitir esses meios da graça ao mundo inteiro.
19. Creio que a Igreja visível é constituída por todos aqueles que estão unidos a Cristo, o Cabeça da Igreja, pela sua profissão de fé, juntamente com seus filhos e que a unidade visível do corpo de Cristo, embora obscurecida, não é destruída por sua divisão em diferentes denominações cristãs. Portanto, creio que todos esses que mantêm a Palavra e os Sacramentos em sua integridade fundamentais devem ser reconhecidos como verdadeiros ramos da Igreja de Jesus Cristo.
20. Creio que somente Deus é Senhor da consciência e a deixou livre das doutrinas e mandamentos de homens que sejam de qualquer forma contrários à Sua Palavra, ou além dela em questões de fé ou adoração. Creio, portanto, que os direitos do julgamento privado em todos os assuntos concernentes à religião são universais e inalienáveis e que nenhuma constituição religiosa deve ser sustentada pelo poder civil, além do que pode ser necessário para a proteção e segurança iguais e comuns a todas as outras.
21. Creio que a Igreja é ministro espiritual de Deus para os propósitos da redenção e que o Estado é ministro providencial de Deus para os propósitos da ordem secular. O poder da Igreja é exclusivamente espiritual; que o poder do Estado inclua o exercício da força. A constituição da Igreja deriva exclusivamente da revelação divina, a Constituição do Estado deve ser determinada pela razão humana e o curso dos acontecimentos providenciais. Creio, portanto, que a Igreja não tem o direito de construir ou modificar um governo para o Estado, e o Estado não tem o direito de formatar um credo ou regime para a Igreja.
22. Creio que os discípulos de Jesus Cristo são chamados para ser Suas testemunhas no mundo, proclamando a justiça e a misericórdia de Deus a todos os homens, e tornando evidente seu governo sábio e justo sobre cada aspecto da cultura humana. Por isso, é minha obrigação examinar as Escrituras com todas as habilidades com que Deus me dotou, e procurar, dentro dos limites da minha vocação, aplicar a minha compreensão da Sua Palavra a toda a ordem criada, e a todas as elaborações da Sua mais sábia providência. E creio que é meu privilégio e dever perseguir uma vocação neste mundo que empregue os meus dons para a glória de Deus, e para o bem da minha família, minha congregação, a minha comunidade, e, conforme a oportunidade trazida por Deus, a qualquer que esteja em necessidade.
23. Creio que, como Jesus Cristo veio uma vez em graça, assim também Ele virá uma segunda vez em glória, para julgar o mundo com justiça e atribuir a cada um a sua recompensa eterna; os ímpios terão a terrível, mas justa sentença de condenação pronunciada contra eles, onde as suas consciências estarão inteiramente de acordo, e eles serão lançados no inferno, para serem punidos com tormentos indizíveis, tanto no corpo quanto na alma, com o diabo e seus anjos para sempre. Os justos em Cristo serão arrebatados com Cristo e abertamente reconhecido e absolvido; serão recebidos no céu, onde serão totalmente e para sempre libertos de todo o pecado e miséria, cheios de alegria inconcebível, tornados perfeitamente santos e felizes em corpo e alma, na grande companhia de todos os santos de Deus e dos santos anjos, mas, especialmente, na presença imediata de Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo e do Espírito Santo, para toda a eternidade.
24. Creio que se eu morrer em Cristo, a minha alma será, na morte, aperfeiçoada em santidade e irá para casa, para o Senhor, e quando Ele retornar em sua majestade, serei ressuscitado em glória e perfeitamente bendito no pleno gozo de Deus para toda a eternidade; encorajado por essa abençoada esperança, é exigido de mim que voluntariamente tome parte nas sofridas dificuldades aqui como um bom soldado de Cristo Jesus, estando certo de que, se eu morrer com Ele, também com Ele viverei, se eu sofrer, eu também reinarei com Ele.
Benjamin Breckinridge Warfield (1851-1921)
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