Fui comprar um simples filtro de água. Perguntei pela instalação. O vendedor, então, me aconselhou:
-- Você liga na central e diz que tem criança pequena em casa, que eles vão lhe dar prioridade.
O atendente estava diante de mim e era visível que não tenho filhos pequenos. Mas isto não tinha para ele a mínima importância. No mesmo dia, precisei de um acessório para telefone. Um lojista marcou para o dia seguinte a entrega do produto, que iria buscar no seu fornecedor. Durante o dia todo, não atendeu ao telefone. Quando fui ao seu encontro, ele disse que não tinha como trocar a bateria porque isto demandaria umas duas horas. Na verdade, ele não tinha o acessório para fazer o serviço (que demora 15 minutos) e inventou a desculpa. No espaço de uma semana, eu poderia encher uma página de mentiras que me foram fornecidas. Passo os olhos pela primeira página de um jornal. A maioria das notícias tem a ver com ações que precisaram ser envoltas em mentira.
Assisto a um capítulo de uma telenovela noturna e todos os relacionamentos são embrulhados em mentira. Se o recurso desaparece, as personagem não se sustentam. A história acaba. A telenovela acaba.
A moral é a seguinte: para conseguir o que pretende (ou acha que vai conseguir), minta. Mentir é uma espécie de legitima defesa. Não. Precisamos de um pacto pela verdade. Precisamos falar sempre a verdade, mesmo que percamos. (Ou achemos que vamos perder.) Nunca perderemos se falarmos a verdade, temperando-a com amor. Aliás, quem ama não mente, porque não tem medo do outro, não deseja enganar o outro, não pretende levar vantagem sobre o outro.
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FONTE: PRAZER DA PALAVRA
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