Em nossos dias existe uma crise de identidade na Igreja evangélica atual. Crise do ponto de vista doutrinária, os evangélicos de modo geral não sabem mais no que creem, não existe mais a preocupação com um credo, ou com uma confessionalidade estrita e clara.
A erosão da fé tem sido presente em nosso tempo. A negação da suficiência da Palavra de Deus é patente em nossos dias, e esta negação, não está vinculada a questão do pentecostalismo somente, mas também a questão do governo eclesiástico da igreja; pois, se tem aceitado que este tema é um campo periférico da teologia e que não devemos debater ou contender sobre este valioso assunto.
Um escritor dá-nos uma alerta crucial sobre isto, ao dizer:
É muito comum os crentes professos fazerem distinção entre oessencial e o não essecial em religião e inferir que, se algum fato ou doutrina pertence exatamente a esta última classe, deve ser uma questão de pouca importância, e pode na prática, ser seguramente relegada a um plano secundário. A maioria das pessoas tira conclusões sem um exame prévio; não querem pagar o preço de pensar, pesquisar, de raciocinar sobre nada e um dos expedientes mais frequentes adotados por elas para se livrarem da responsabilidade de usar a mente e desprezar algum fato que se julgue desagradável é dizer: “Esse problema não é essencial para salvação; portanto, não precisamos nos preocupar muito com isso”.
As palavras deste pastor presbiteriano nos alerta para um fato importante que é a marginalização de temas teológicos que são fundamentais para a igreja de Cristo, e assim, a negligência sobre a temática do governo da Igreja de Cristo torna-se mais evidente. Concentramo-nos em temas como: Revelação, Expiação, Justificação, Regeneração; todavia, quando se vai tratar de governo eclesiástico achamos algo se proveito, e somos até acusados de dogmatizadores quando somos enfáticos neste assunto, mas uma vez Witherow nos alerta dizendo “se todas as outras verdades reveladas são irrelevantes porque não são essenciais para a salvação, o resultado é que o que o que se está sendo negado é a importância da própria Palavra de Deus”.
Quando se omite e julga-se irrelevante tais assuntos ataca-se a doutrina da Suficiência das Escrituras. O Sola Scriptura e o Tota Scriptura são desprezados nas considerações teológicas sobre esta temática. Por isso, o nosso estudo aqui visa apresentar a importância, a atualidade e a necessidade deste tema importantíssimo na vida da Igreja de Cristo.
Sabemos que “o tema Governo Eclesiástico não sugere nada atraente”. Isto devido a falta de literatura, de interesse e de disponibilidade dos pastores em ler, produzir e ensinar sobre a eclesiologia. Alguém poderia perguntar: “por que é importante estudar este assunto?” A resposta está no fato de que o “ministério e a forma de governo constituem um dom de Deus para a igreja”. E esta é a razão suficiente para estudarmos a natureza do governo bíblico da igreja.
Tudo isso nos leva para necessidade da Igreja em nossa vida, estamos cientes de que existe em nossos dias protestos contra a Igreja e que vivemos tempos no qual as pessoas dizem “‘queremos Deus, não uma instituição’”; embora tal declaração seja preocupante para nós o nosso estudo não se concentrará nesta problemática, mas focalizará toda a atenção na questão do governo bíblico da Igreja de Cristo.
_____
Fonte: Presbiterianos Calvinistas
0 comentários:
Postar um comentário