Dr. Henry Blackaby |
Deus permitiu que eu estivesse em Saskatoon, Saskatchewan (Canadá) dois anos antes da presença e do poder de Deus caírem naquela cidade. Havíamos formado uma reunião de pastores e obreiros; percebi que, enquanto orávamos, Deus tratava com o meu interior. Ele identificava o pecado em meu coração e me levava a entregar-lhe aquela área para purificação de tal modo, semana após semana, que tive experiências extremamente reais e significativas. Sentia desejo de voltar correndo para a igreja que pastoreava para compartilhar o que Deus estava fazendo. A congregação começou a ser purificada, e todos sentiam, de maneira nova, o coração de Deus.
Um dia, Bill McLeod, um outro pastor da cidade, me chamou e disse: “Henry, parece que chegou aquilo por que estávamos orando!” Na igreja dele, havia dois diáconos que não se falavam por alguns anos. Na noite anterior, um deles, sentindo grande convicção, baixou a cabeça e começou a andar para a frente da igreja para se encontrar com Deus, sem perceber que, no lado oposto do auditório, o outro diácono estava se dirigindo para o mesmo lugar, debaixo da mesma convicção. Ao chegaram lá, um percebeu a presença do outro e, diante de toda a congregação, caíram nos braços um do outro, choraram, arrependeram-se e restauraram o seu relacionamento.
Bill contou-me que, naquele momento, de repente uma adolescente levantou-se numa ponta e a mãe dela, na outra. A mãe gritou para a filha: “Filha, perdoe-me; não tenho sido a mãe que deveria ter sido”. Em seguida, a filha replicou: “Mãe, não tenho sido a filha que deveria ter sido”. Elas correram pelo auditório e lançaram-se nos braços uma da outra. O culto durou várias horas enquanto Deus ia tocando em vidas por toda a congregação.
Deus visitou a cidade inteira de Saskatoon. Por sete semanas e meia, o Espírito de Deus manifestou-se de forma incrivelmente poderosa sobre toda a cidade. De repente, as igrejas começaram a arrepender-se e voltar-se para Deus. Durante anos, a presença e o poder de Deus permaneceram sobre as pessoas que foram tocadas nesses dias.
Quando cheguei lá, minha congregação consistia em dez pessoas, todas tão desanimadas, que queriam mesmo se dispersar. Depois que a presença e o poder de Deus tocaram suas vidas, durante o tempo em que permaneci lá, eles inauguraram 38 novas congregações. Nunca, em toda a sua história, que remontava ao final da década de 1920, eles haviam iniciado uma nova congregação sequer em qualquer outra comunidade.
Começamos a orar por obreiros. Até então, nunca haviam alcançado estudantes universitários; depois, foram batizados 180 estudantes da Universidade. Nunca alguém da congregação havia respondido a um chamado para o ministério; depois, mais de 100 sentiram o chamado. Começamos um seminário teológico lá mesmo, a fim de treinar aqueles que Deus estava chamando. Mais de 480 pessoas passaram por aquela escola, e até hoje estão impactando vidas no Canadá e ao redor do mundo. No meio de todo aquele tremendo toque de Deus, meus quatro filhos foram chamados para o ministério.
Há uma plenitude de tempo na economia de Deus. Jesus sabia, no Getsêmani, o que estava acontecendo e não queria que os seus discípulos perdessem aquele momento incrível. Se você observar a história, verá que o momento de Deus para um grande e poderoso avivamento é sempre precedido e acompanhado por uma quantidade incomum de oração. Parece que Deus faz alguma coisa no coração do seu povo para chamá-lo para algo muito além de tudo o que havia conhecido até então.
Jesus sabia que os seus discípulos viriam a ser a verdadeira essência do povo de Deus que o Pai desejava usar para tocar e transformar todo o Império Romano. Por isso, apresentou-os a um momento na oportunidade de Deus em que puderam ver o tipo de oração que seria implantado em seus corações.
Quando Deus tem um encargo, ele procura depositá-lo no coração dos seus. Não há dúvida de que o Getsêmani foi o maior de todos esses tempos. Durante séculos, voltando até à eternidade, o Pai planejara esse momento no qual ele mesmo, em Cristo, reconciliaria o mundo inteiro consigo. Quanta coisa estava em jogo, quanto dependia de como o Filho entenderia o coração do Pai! Podemos perceber uma minúscula parte desse drama através da oração do Getsêmani. Orar assim é algo muito incomum. Jesus revelou aos três: “A minha alma está profundamente triste até à morte” (Mt 26.38). Eles o observaram na sua agonia, e, de acordo com Lucas 22.44, o suor da sua testa era como se fossem grandes gotas de sangue.
Você sabe por que não temos avivamento? Porque não temos oração de avivamento. Estamos satisfeitos em deixar o pecado dominar e, depois, nos queixarmos a Deus de que o pecado é tão terrível. Deus diz que a qualquer hora em que estiver disposto a pagar o preço, você pode ser a pessoa a mudar essa situação. Mas não será através de oração comum, rotineira. Você estaria disposto a deixar Deus levá-lo a um outro nível de oração, para uni-lo ao seu Filho e para fazê-lo experimentar a hora do Getsêmani? Lá você ouvirá as palavras de Jesus, observará todos os seus movimentos e o ouvirá dizer: “Você não pode vigiar comigo por uma hora sequer?”
continua...
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