A ADORAÇÃO COMUNITÁRIA SEGUNDO CALVINO

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O pensamento de João Calvino repousa sob a tese de que todo o verdadeiro conhecimento ou sabedoria está no conhecimento que o homem deve ter de Deus e de si mesmo; sendo que este último é dependente do primeiro. Esta ideia está presente em todo o pensamento calvinista. E na adoração pública não é diferente. Conseqüentemente, o seu pensamento básico quanto a adoração comunitária, bem como todos os seus pensamentos, é que esse deve levar ao conhecimento de Deus.

A aplicação deste fundamento na prática é o princípio da adoração de Calvino. O culto é lugar de conhecimento de Deus; então, o andamento do mesmo, deve gerar este conhecimento. Para isso, seus princípios são extraídos da Escritura. Este fato é comprovado pela seguinte declaração:

Ainda que cite muitos textos do Novo Testamento, da Lei, e dos Profetas, no quais se faz expressa e evidente menção a Cristo, sem dificuldade todos eles não pretendem outra coisa senão provar que Deus, o Criador do mundo, nos é manifesto na Escritura, e que o que devemos saber dele, para que não andemos dando voltas perdidos buscando outro deus desconhecido.
Dessa declaração subtende-se que o culto, e qualquer outra prática cristã, só pode transmitir conhecimento de Deus se for apoiado nas Escrituras, caso contrário, seria devagar sem alcançar o conhecimento devido. Portanto, é natural a centralidade das Escrituras no culto – como será estudado adiante – e também na elaboração dos princípios de culto.
Em sua exposição de Romanos, sobre o capítulo 12, verso 1, Calvino traz outro princípio regulador da adoração comunitária, dizendo:
E se Deus só é corretamente adorado pelo prisma de seus mandamentos, então de nada nos valerão todas as demais formas de culto que porventura engendramos, as quais ele com toda razão abomina, visto que põe a obediência acima de qualquer sacrifício. O ser humano deleita-se com suas próprias invenções e (como diz o apóstolo alhures) com suas vãs exibições de sabedoria; mas aprendemos o que o juiz celestial declara em oposição a tudo isso, quando nos fala por boca do apóstolo. Ao denominar o culto que Deus ordena de racional, ele repudia tudo quanto contrarie as normas de sua Palavra, como sendo mero esforço insensato, insípido e inconsequente.
Deus não quer que os homens lhe ofereçam qualquer coisa. Tão pouco quer que os homens decidam o que lhe dar. Esse reformador entendia que o próprio Deus é quem dita o que deve lhe ser entregue em culto, tanto no aspecto da vida inteira do cristão ser um culto, como na adoração comunitária, visto que o texto de romanos 12 abrange ambos os aspectos. Além disto, fica claro o fato de que Calvino via as normas que Deus requer descritas na Bíblia. Em outro lugar ele escreveu, sendo mais incisivo:

…aqui somos informados de que são falsas e espúrias todas as formas de culto que os homens permitem a si mesmos inventar, movidos por sua ingenuidade, mas que são contrárias ao mandamento de Deus. Quando Deus estabelece que tudo deve ser feito em consonância com sua norma, não nos é permitido fazer qualquer coisa diferente. Estas duas cláusulas significam a mesma coisa: olha que façais tudo segundo o modelo; e: Vê que não faças nada além do modelo. E assim, ao enfatizar a norma que estabelecera, Deus nos proíbe afastar-nos dela, mesmo que seja um mínimo. Por essa razão, todas as formas de culto produzidas pelos homens caem por terra, bem como aquelas coisas a que chamam sacramentos, e, contudo, não têm origem em Deus.
O que fica muito claro nestes princípios é que Calvino tinha uma ideia teocêntrica de culto. Em todos os aspectos, o culto parte de Deus, e é voltado para Deus. Mesmo na instrução da igreja vê-se um aspecto teocêntrico, pois a importância da pregação da Palavra está no fato de que é Deus quem fala, e que o povo de Deus aprende sua vontade e a como servi-lo. Ele viu que não são as pompas e ritos do homem que agradam a Deus, mas a obediência ao que ele coloca como forma de adoração.

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Fonte: Portal IPB

O MAIOR MANDAMENTO

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"Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.” (Deuteronômio 6:4-5)

Nosso Senhor disse isso aos fariseus quando lhe perguntaram qual era o maior mandamento da Lei. Essa passagem faz parte do Shemá, porção do Torá conhecida por todos os judeus piedosos. A primeira parte é usada pelos teólogos para enfatizar o monoteísmo, porém a segunda parte é essencial também. O versículo não é somente uma chamada para se acreditar em uma doutrina correta; é uma convocação à uma aliança exclusiva com Deus. E não é direcionada a um indivíduo somente, mas à comunidade baseada na fé. Não está escrito o ‘meu Deus’, mas o ‘nosso Deus’.

De todo o teu coração. O “coração” no hebraico é a parte do ser que decide, estabelece prioridades, faz planos. Portanto, amar a Deus de todo coração não é algo emocional, sentimentalista, mas é dar a Deus a prioridade máxima, tomar cada decisão no contexto de Sua verdade, fazer planos com o objetivo de cumprir Sua vontade.

De toda a tua alma. Para os hebreus, a “alma” é de fato a própria vida de uma pessoa. Tudo em sua vida está baseado em seu amor por Deus? Tudo o que fica no caminho desse amor é descartado? Amar a Deus não é uma emoção, mas uma escolha. E escolher Deus sempre significa renunciar outra opção – o conforto, a vontade própria, a independência, etc.

De todas as tuas forças. O sentido aqui é “amar com grande empenho”. Amor pelas metades não é aceito por Deus. Não é algo que se faz quando se sente vontade de fazer, mas um alvo que se cultiva para toda a vida.

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Extraído do devocional
BOA SEMENTE- pedidos@boasemente.com.br

COM CRISTO NA BATALHA DA ORAÇÃO - 1 (H. BLACKABY)

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Dr. Henry Blackaby

Em Mateus 26.36-46, lemos a respeito daquele momento tão dramático no Getsêmani quando o Senhor Jesus engajou-se em uma das maiores batalhas de sua vida. Ele convidou os seus discípulos para irem com ele ao Getsêmani e, depois, escolheu três deles para o acompanharem mais adiante, onde iria orar. Chegando lá, pediu-lhes simplesmente: “Vigiai e orai”. Procure ouvir o coração do nosso Senhor neste texto:

Foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar; e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se (vv.36-37).

Com Jesus no Jardim da Oração

Você já esteve em oração com Jesus naquela intensidade? Já chegou a algum momento em que sabia o que estava no coração de Deus, sabia o que ele estava enfrentando – não somente a dor, mas as questões eternas que estavam em jogo, sentindo que a sua oração faria uma diferença eterna? Se já esteve nesse lugar, sabe o que é experimentar profunda tristeza e grande sofrimento na oração. Posso afirmar que jamais haverá verdadeira mudança no seu país ou na sua cidade até que alguns daqueles que são íntimos de Jesus aceitem ir junto com ele mais adiante e experimentar esse tipo de oração.

“Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo” (v.38). Quem suporta o peso do mundo, você ou o Senhor Jesus? O Senhor Jesus. Você nunca entenderá a oração com a dimensão necessária para mudar uma nação a não ser que entre num relacionamento de oração com Jesus e permita que ele ore através de você. Há um momento em que você começa a orar e é como se estivesse apenas observando enquanto ele carrega o peso do mundo através de você.

“Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando...” (v.39). Muitas pessoas querem louvar mas não querem se prostrar rosto em terra em oração. Há uma hora em que é importante que você pare de louvar e comece a orar um pouco, especialmente quando o povo de Deus se reúne. O louvor nunca pode ser um substituto para a oração nem para o arrependimento! 

Continua...

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Fonte: Arauto Ano 25 nº 5 - Setembro/Outubro 2007





COM CRISTO NA BATALHA DA ORAÇÃO - 2 (H. BLACKABY)

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Dr. Henry Blackaby
A Primeira Palavra do Evangelho

Se o povo de Deus não se arrepende, não haverá avivamento. Contudo, ninguém está ensinando o povo a se arrepender. Eu diria que 85 a 90 por cento de todas as instruções sobre arrependimento na Bíblia são dirigidas ao povo de Deus, não aos perdidos. Entretanto, o povo de Deus vai à igreja, domingo após domingo, e nunca toma conhecimento de que a orientação de Deus é que se arrependam.

Arrependimento é pré-requisito para se experimentar a plenitude de Deus. Qual foi a mensagem que Jesus entregou ao povo de Deus, quando apareceu em cena? “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” [bem próximo de você] (Mt 4.17). Toda a presença, e o poder, e a plenitude de Deus estão bem próximos de você, esperando serem apropriados e recebidos – desde que haja arrependimento.

Arrependimento significa que você vê que está na direção errada e dá meia volta para ir na direção de Deus. Muitos de nós acreditamos que, por estarmos num culto de louvor e adoração, estamos na direção certa. Durante a maior parte da história bíblica, o povo de Deus estava andando na direção errada – mesmo enquanto cultuava ou adorava ao Senhor. No fim, por não reconhecer a sua necessidade nem se arrepender, Israel foi julgado por Deus; os muros de Jerusalém foram derrubados, e o povo de Deus foi levado cativo e escravizado por setenta anos.

É por isso que a primeira palavra que o Filho de Deus proclamou para o seu povo foi “Arrependei-vos”; a plena presença, e o poder, e o reino de Deus estavam dependendo disso para serem recebidos. Será que podemos dizer que esta seria a mesma mensagem que Deus daria hoje para mim e para você? Se não estamos experimentando a medida completa da presença, do poder e da atividade de Deus, não é porque ele não está presente para isso, mas por não preenchermos as condições para experimentá-lo através do arrependimento.

continua...

COM CRISTO NA BATALHA DA ORAÇÃO - 3 (H. BLACKABY)

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Dr. Henry Blackaby
A Mais Sagrada Hora

Jesus convidou os seus discípulos a o acompanharem nesse momento tão sagrado, quando o propósito eterno de Deus estava na balança. Em algumas ocasiões (não sabemos por quê), ele levava apenas três dos discípulos para experimentarem algo mais íntimo. Quando subiu ao monte da Transfiguração, a Escritura diz que Jesus se encontrou com Moisés e Elias (na presença do Pai) e que “...falavam da sua partida, que ele estava para cumprir em Jerusalém” (Lc 9.30-31). O Filho estava a ponto de livrar um mundo inteiro através da sua morte em Jerusalém, e, portanto, era sobre esse momento tão crucial no plano de Deus que conversaram no monte. Jesus queria que Pedro, Tiago e João estivessem juntos ali, a fim de que pudessem experimentar algo da intensidade da hora e do significado da oração; que entendessem como os céus e a Terra podem ficar profundamente interligados, como a história pode ser marcada quando um filho de Deus ora.

Uma das mais sagradas horas nos propósitos de Deus é quando há um clamor, gerado por ele mesmo, em favor de uma cidade, igreja ou país. Ah, que Deus viesse para os seus, que os seus pudessem reconhecê-lo, entender o que ele pretende fazer e oferecer-lhe suas vidas com tal realidade e de tal modo que se tornassem, de repente, o povo através de quem Deus pudesse cumprir sua vontade! Um grande e impetuoso avivamento chegaria, trazendo o poder de Deus para uma cidade e, além daquela cidade, para o estado e toda a nação. Deus pode fazer isso.


continua...

COM CRISTO NA BATALHA DA ORAÇÃO - 4 (H. BLACKABY)

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Dr. Henry Blackaby
Deus visitou Saskatoon!

Deus permitiu que eu estivesse em Saskatoon, Saskatchewan (Canadá) dois anos antes da presença e do poder de Deus caírem naquela cidade. Havíamos formado uma reunião de pastores e obreiros; percebi que, enquanto orávamos, Deus tratava com o meu interior. Ele identificava o pecado em meu coração e me levava a entregar-lhe aquela área para purificação de tal modo, semana após semana, que tive experiências extremamente reais e significativas. Sentia desejo de voltar correndo para a igreja que pastoreava para compartilhar o que Deus estava fazendo. A congregação começou a ser purificada, e todos sentiam, de maneira nova, o coração de Deus.

Um dia, Bill McLeod, um outro pastor da cidade, me chamou e disse: “Henry, parece que chegou aquilo por que estávamos orando!” Na igreja dele, havia dois diáconos que não se falavam por alguns anos. Na noite anterior, um deles, sentindo grande convicção, baixou a cabeça e começou a andar para a frente da igreja para se encontrar com Deus, sem perceber que, no lado oposto do auditório, o outro diácono estava se dirigindo para o mesmo lugar, debaixo da mesma convicção. Ao chegaram lá, um percebeu a presença do outro e, diante de toda a congregação, caíram nos braços um do outro, choraram, arrependeram-se e restauraram o seu relacionamento.

Bill contou-me que, naquele momento, de repente uma adolescente levantou-se numa ponta e a mãe dela, na outra. A mãe gritou para a filha: “Filha, perdoe-me; não tenho sido a mãe que deveria ter sido”. Em seguida, a filha replicou: “Mãe, não tenho sido a filha que deveria ter sido”. Elas correram pelo auditório e lançaram-se nos braços uma da outra. O culto durou várias horas enquanto Deus ia tocando em vidas por toda a congregação.

Deus visitou a cidade inteira de Saskatoon. Por sete semanas e meia, o Espírito de Deus manifestou-se de forma incrivelmente poderosa sobre toda a cidade. De repente, as igrejas começaram a arrepender-se e voltar-se para Deus. Durante anos, a presença e o poder de Deus permaneceram sobre as pessoas que foram tocadas nesses dias.

Quando cheguei lá, minha congregação consistia em dez pessoas, todas tão desanimadas, que queriam mesmo se dispersar. Depois que a presença e o poder de Deus tocaram suas vidas, durante o tempo em que permaneci lá, eles inauguraram 38 novas congregações. Nunca, em toda a sua história, que remontava ao final da década de 1920, eles haviam iniciado uma nova congregação sequer em qualquer outra comunidade.

Começamos a orar por obreiros. Até então, nunca haviam alcançado estudantes universitários; depois, foram batizados 180 estudantes da Universidade. Nunca alguém da congregação havia respondido a um chamado para o ministério; depois, mais de 100 sentiram o chamado. Começamos um seminário teológico lá mesmo, a fim de treinar aqueles que Deus estava chamando. Mais de 480 pessoas passaram por aquela escola, e até hoje estão impactando vidas no Canadá e ao redor do mundo. No meio de todo aquele tremendo toque de Deus, meus quatro filhos foram chamados para o ministério.

Há uma plenitude de tempo na economia de Deus. Jesus sabia, no Getsêmani, o que estava acontecendo e não queria que os seus discípulos perdessem aquele momento incrível. Se você observar a história, verá que o momento de Deus para um grande e poderoso avivamento é sempre precedido e acompanhado por uma quantidade incomum de oração. Parece que Deus faz alguma coisa no coração do seu povo para chamá-lo para algo muito além de tudo o que havia conhecido até então.

Jesus sabia que os seus discípulos viriam a ser a verdadeira essência do povo de Deus que o Pai desejava usar para tocar e transformar todo o Império Romano. Por isso, apresentou-os a um momento na oportunidade de Deus em que puderam ver o tipo de oração que seria implantado em seus corações.

Quando Deus tem um encargo, ele procura depositá-lo no coração dos seus. Não há dúvida de que o Getsêmani foi o maior de todos esses tempos. Durante séculos, voltando até à eternidade, o Pai planejara esse momento no qual ele mesmo, em Cristo, reconciliaria o mundo inteiro consigo. Quanta coisa estava em jogo, quanto dependia de como o Filho entenderia o coração do Pai! Podemos perceber uma minúscula parte desse drama através da oração do Getsêmani. Orar assim é algo muito incomum. Jesus revelou aos três: “A minha alma está profundamente triste até à morte” (Mt 26.38). Eles o observaram na sua agonia, e, de acordo com Lucas 22.44, o suor da sua testa era como se fossem grandes gotas de sangue.

Você sabe por que não temos avivamento? Porque não temos oração de avivamento. Estamos satisfeitos em deixar o pecado dominar e, depois, nos queixarmos a Deus de que o pecado é tão terrível. Deus diz que a qualquer hora em que estiver disposto a pagar o preço, você pode ser a pessoa a mudar essa situação. Mas não será através de oração comum, rotineira. Você estaria disposto a deixar Deus levá-lo a um outro nível de oração, para uni-lo ao seu Filho e para fazê-lo experimentar a hora do Getsêmani? Lá você ouvirá as palavras de Jesus, observará todos os seus movimentos e o ouvirá dizer: “Você não pode vigiar comigo por uma hora sequer?”


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COM CRISTO NA BATALHA DA ORAÇÃO - 5 (H. BLACKABY)

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Dr. Henry Blackaby
Em Contraste Marcante

Salmo 78.9-11 é um daqueles textos trágicos da Escritura que descrevem momentos críticos em que Deus resolve chamar um grupo de pessoas, e elas não respondem adequadamente. O povo de Israel estava para enfrentar batalhas incríveis contra o inimigo. Sabendo disso, Deus chamou Efraim, uma parte do povo, e o armou para a batalha.

Ouça a tragédia e, depois, as três razões por que ela ocorreu:

“Os homens de Efraim, flecheiros armados, viraram as costas no dia da batalha.” Eis agora as três razões por que abandonaram os seus companheiros e desertaram do conflito: “... não guardaram a aliança de Deus e se recusaram a viver de acordo com a sua lei. Esqueceram o que ele tinha feito, as maravilhas que lhes havia mostrado.”

Deus os havia equipado plenamente, mas eles se recusaram a aceitar sua preparação. Por isso, mesmo estando armados, carregando arcos, plenamente equipados, quando chegou a hora da batalha, seus corações não estavam equipados. Por isso, deram as costas e deixaram um lugar vazio, fazendo pesar uma responsabilidade bem maior sobre os seus companheiros. Os que ficaram tiveram de cobrir o seu lugar.

Primeiro, eles não guardaram a aliança, não foram fiéis ao pacto; esqueceram que eram um povo escolhido por Deus, chamado por Deus e equipado por Deus para ser o povo de Deus na hora de Deus. Deus não sabia que haveria momentos de luta e de batalha com o inimigo? Sabia, sim. Ele fez a provisão adequada? Sim, ele fez. Contudo, o povo não se manteve firme no chamado que recebeu de Deus.

Segundo, recusaram-se a andar dentro das leis de Deus, na vereda que ele lhes mostrara. Se tivessem lido a respeito da provisão divina e tivessem andado nela, certamente teriam estado prontos para a batalha. Porém, não leram as suas Escrituras e, por isso, estavam totalmente ignorantes do que Deus requeria.

A maioria do povo de Deus talvez assista a apenas um culto por semana, aos domingos. Acham que podem ser bons discípulos de Jesus, sem qualquer ensinamento sobre vida prática. Alguns poucos talvez vão às reuniões de oração, mas tenho constatado que nem os anciãos e diáconos costumam ir, muito menos a grande maioria da igreja. Como você pode ser um líder e ficar ausente nas reuniões em que o povo de Deus intercede na presença de Deus? Precisamos arrepender-nos! Estamos andando na direção errada.

Meus companheiros no exército de Deus, fomos equipados pelo Espírito Santo, equipados pela presença do Cristo vivo, equipados pela plenitude de Deus nas nossas vidas, equipados pelas Escrituras! Além disso, ainda temos a oportunidade de chegar diante de Deus em oração, que representa uma outra parte do nosso equipamento. Deus ainda colocou o seu povo ao nosso redor para nos ajudar. Entretanto, mesmo estando equipados, com nossos arcos em nossas mãos, estamos dando as costas no dia de batalha. Não temos chance alguma de vencer com esse nível de envolvimento. Temos abandonado nossos irmãos, deixando-os lutar sozinhos.


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COM CRISTO NA BATALHA DA ORAÇÃO - 6 (H. BLACKABY)

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Dr. Henry Blackaby
Maneiras Práticas de nos Envolvermos

Quero dar algumas ilustrações práticas. Uma das maneiras que Deus usa para convidá-lo para a batalha acontecerá durante o período de louvor na sua igreja. No início dos cultos, o pastor da minha igreja costuma dizer: “Queremos que você venha para frente: se tiver algum encargo de oração, algo lhe pesando ou um motivo de louvor, venha e encontre-se com o Senhor”. Geralmente, muitas pessoas atendem o convite e o altar fica cheio.

Certo domingo, notei um jovem adulto, com pouco mais de 20 anos, que prostrou-se no altar. Dava para ver que estava em grande angústia porque os seus ombros subiam e desciam como se estivesse soluçando. Então, Deus falou comigo: “Henry, por que você não entra naquela batalha?”

Não devemos nos eximir e dizer: “Isso não é da minha conta. Não quero me envolver”. Por isso, caminhei para a frente e ajoelhei-me ao lado dele; comecei a orar, quando senti que seria apropriado, mas não consegui pronunciar nem três palavras, quando o jovem jogou os seus braços ao meu redor e disse: “Dr. Blackaby, é o senhor!”

Eu disse: “Conte-me sobre o fardo que está carregando”. Ele disse: “Nesta semana, eu me formei em Direito na Universidade, mas Deus está me chamando para o ministério, e estou aqui diante dele, rogando que mande alguém para me ajudar a descobrir o que devo fazer! Aí, Deus mandou o senhor!”

Era uma batalha espiritual aquela? Era. O que estava em jogo? Os eternos destinos de muitas pessoas. Deus queria que eu me juntasse a ele naquela batalha? Eu poderia ter ficado lá atrás, usando milhares de desculpas para não me envolver na vida daquele homem. Eu não o conhecia, no entanto ele faz parte da família, assim como eu faço parte. Estou totalmente armado, tenho um arco que Deus me deu e não devo me retirar na hora da batalha.

Num outro domingo, olhei pelo corredor ao meu lado, e havia uma senhora adulta, madura, com lágrimas escorrendo pela sua face. O Senhor colocou no meu coração que eu fosse até lá e visse se havia alguma coisa que eu pudesse fazer. Por isso, fui e coloquei a minha mão no seu ombro e, vendo suas faces manchadas de lágrimas, disse-lhe: “É óbvio que a senhora está carregando um fardo pesado hoje”. Ela me olhou pateticamente e respondeu: “Hoje é o primeiro aniversário da morte do meu marido, e eu não estou conseguindo superar”. Eu disse: “A senhora se sente como se estivesse escravizada?” Ela disse: “Sim, por um ano inteiro eu me sinto como que escravizada. Não sei como vencer”.

Lá estava eu, completamente armado pelo Senhor. Eu disse: “A senhora gostaria que eu orasse?” Se você sente que não sabe o que orar, então leia Romanos 8.26: “...pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”. Em silêncio, no meu coração, eu disse: “Senhor, eu não sei como orar. Tu podes me ajudar?” Então comecei a orar. É assim que se deve orar com a ajuda do Espírito: comece a orar! Ele vai mostrar o que e como orar. Algo aconteceu no coração e na vida daquela senhora, e no seu semblante. Quando terminei de orar, ela me olhou através das lágrimas e disse: “Estou liberta! Estou livre!” Deus a tinha libertado.

Eu sei que o Natal é uma época muito difícil para as viúvas. Por isso, quando chegou o Natal, eu disse para ela: “Como vai a senhora?” Ela me olhou e disse: “Estou livre. É um Natal maravilhoso. Eu me lembro do meu marido, mas não estou mais escravizada por aquilo. Estou livre!”


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COM CRISTO NA BATALHA DA ORAÇÃO - 7 (H. BLACKABY)

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Dr. Henry Blackaby
Outras Ilustrações

Uma igreja no leste do Texas convidou-me para ensinar-lhes a reconhecer a presença e a atividade de Deus. Eu estava pregando num domingo de manhã e, como de costume, no final estendi um convite; assim, eu conseguiria ver onde Deus porventura estava agindo e juntar-me a ele. Notei que uma menina de uns dez anos veio do fundo da igreja e se ajoelhou na frente para orar. Ninguém se aproximou a ela. Fiquei tão triste que saí da plataforma e me ajoelhei ao seu lado. Percebi que ela estava orando por alguma amiguinha que não conhecia Jesus. Virei-me para ela e disse: “Você precisa saber que esta manhã é um tempo precioso na presença de Deus. Ele ouviu o seu clamor e você pode ter certeza de que a sua amiga será salva.” Eu podia dizer isso porque a Bíblia assim o diz.

Na noite do mesmo domingo, eu estava pregando ali de novo e tornei a fazer o convite. Logo veio caminhando para frente a mesma menininha, só que agora com uma outra menininha ao seu lado. É claro que eu sabia quem era.

Você pode unir-se a Deus numa batalha que pode estar-se passando no altar da sua igreja? Não seria uma tragédia se Deus o equipasse como um dos seus filhos para entrar numa batalha espiritual que liberta pessoas da escravidão, e você desse as costas e dissesse: “Não é da minha conta”?

Quero falar diretamente com aqueles que são mais veteranos. Quando você vê um casal ir para frente de mãos dadas, você não deveria se juntar a eles? Podem estar no meio de uma batalha espiritual. Não diga “Um dos anciãos, um dos diáconos ou o pastor mesmo deveria ir”. Você é quem deve ir. Você está totalmente preparado por Deus para fazer diferença em qualquer batalha que esteja acontecendo; Deus o convidou para se unir a ele. Descobri que quando oro com alguém, a batalha pode até ficar mais violenta no princípio, mas depois vem aquela vitória incrível e sinto-me tão privilegiado por ter presenciado a derrota do inimigo e o triunfo de Cristo como Senhor.

A batalha pode envolver um dos seus filhos naturais. Num domingo, quando meus filhos ainda estavam na faculdade, fiz o convite e meu segundo filho veio para frente soluçando. Normalmente, ele mantém controle sobre as emoções, mas dessa vez estava soluçando sem parar. Desci para ficar ao seu lado, mas ele me disse: “Pai, há três ou quatro outras pessoas que também vieram para o altar. Você deve dar atenção a elas”.

“Filho, não hoje”, respondi. “Eu sou o único pai que você tem e preciso dedicar meu tempo para você hoje. Não sei o que está acontecendo, mas creio que posso ajudá-lo.”

Abracei-o e voltamos para o escritório. Ele derramou seu coração. Aquele era o momento da sua luta em relação ao chamado de Deus para a sua vida.

Fico tão contente por não ter dito: “Bem, esta batalha não é minha” e por não o ter transferido para outra pessoa. Estou contente porque Deus disse: “Henry, não dê as costas. Você orou pelo seu filho, fez vigílias, e, agora, ele está numa batalha para decidir o resto da sua vida. Você precisa participar dessa batalha e ajudá-lo a obter a vitória.”

Como resultado daquele tempo que passamos juntos, ele se firmou no chamado de Deus, foi para a Noruega durante dois anos, voltou para o seminário e, agora, está de volta à Noruega como pastor de uma igreja. Eu estava presente quando todos os meus cinco filhos receberam o chamado de Deus e sou grato porque o Senhor me equipou de tal maneira que, quando vejo uma batalha, posso entrar nela e ver a vitória chegar.


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COM CRISTO NA BATALHA DA ORAÇÃO - 8 (H. BLACKABY)

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Dr. Henry Blackaby
Você Vai Vigiar e Orar com Jesus?

Talvez você precise tomar um passo firme em direção a Deus. Quem sabe você precise aceitar o convite do Senhor para acompanhá-lo ao Getsêmani. Talvez ele lhe diga: “Você pode ser um dos três que irão adiante e vigiarão comigo? Você vigiará e orará comigo enquanto eu carrego o peso do país nestes dias atuais?” Ele ainda está buscando quem o acompanhará. Você poderá ser um deles, alguém que lhe dirá, no momento decisivo, ajoelhado diante dele: “Senhor, eu irei contigo. Não darei as costas nesta minha hora de batalha.

Verei o Senhor trazer a vitória, mas quero estar contigo. Não quero permanecer onde estou na minha vida de oração. Quero um nível mais elevado de oração com o meu Senhor. Quero me deslocar de onde estou para onde tu queres que eu esteja.”

Teremos de firmar alguns compromissos incomuns em oração para Deus poder trabalhar poderosamente através de nós. Não seja como os efraimitas, os quais, embora totalmente armados, davam as costas no dia da batalha. Não deixe uma vaga no lugar que Deus designou para que estivesse, fazendo com que outros tenham que assumir sua responsabilidade.


F I M

A GRAÇA PODE NOS FAZER MAL

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A graça de Deus sobre nossas vidas, demonstrada em Jesus Cristo sobre a cruz do perdão, é tão maravilhosa que nunca nos cansamos de extasiarmos diante dela. 

No entanto, ela pode nos fazer mal.
  • Ela nos faz mal quando a compreendemos mal. (Como os andarilhos do caminho para Emaús, podemos estar com Jesus e não perceber que estamos com ele.)
  • Ela nos faz mal quando a recebemos como se a tivéssemos conquistado. (Não diz o Novo Testamento que ela é um presente?)
  • Ela nos faz mal quando permitimos nos encher de um ar de superioridade em relação aos outros que imaginamos ainda não foram alcançados por ela. (Jesus nos ensinou a orar como o publicano-falho, não como o fariseu-perfeito.)
  • Ela nos faz mal quando a usamos para descansar de nossa tendência à prática das perversidades, especialmente as sutis. (Na batalha espiritual travada dentro do nosso coração, perderemos, se relaxarmos.)
  • Ela nos faz mal quando nos servimos dela de biombo para não produzir gestos de misericórdia para com o próximo. (Tiago disse que a fé sem obras de bondade é falsa.)
  • Ela nos faz mal quando deixamos de crescer no conhecimento dela, como se já soubéssemos tudo. (O apóstolo Paulo, quando foi convertido, retirou-se para o deserto para estudar.)
Israel Belo de Azevedo

MEDO

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LEITURA BÍBLICA: João 20.19-23

Deixo -lhes a paz; a minha lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. 
Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo (Jo 14.27).

No texto que você acabou de ler, João relata que os discípulos de Jesus estavam com medo dos judeus. Seu Mestre tinha sido morto e agora poderia ser a vez deles, por isso estavam reunidos com as portas trancadas. O medo naturalmente faz com que as pessoas busquem proteção. Mas Jesus havia dito que ressuscitaria. Uma mulher viu o túmulo vazio e comunicou o fato aos discípulos (Jo 20.1-2). Isso pode ter suscitado a reunião. Além do medo, eles ainda poderiam estar com muitas dúvidas sobre o que teria acontecido ao corpo de Jesus. É neste momento de medo e perguntas que Jesus aparece entre eles. Ele cumprira sua promessa de ressurreição. A primeira coisa que ele diz é: "Paz seja com vocês". 

O fato que chama atenção nesta história é que Jesus não os condena. Na hora da prisão dele, eles fugiram e negaram que o conheciam. Mas Jesus, ao se colocar no meio deles, não pede explicações nem os motivos do abandono. Ele apenas deseja que tenham paz. Não aquela tranquilidade de ter sossego na vida, embora esta também seja importante. Mas a paz que ele dá é de um tipo que o mundo não pode oferecer: a paz do perdão. Este está comprovado nos ferimentos dele. Por isso ele mostra as mãos e o lado e pode também perdoar os discípulos que o abandonaram na hora mais difícil. 

Desde que a humanidade desobedeceu a Deus e se rebelou contra ele, as pessoas procuram por paz, mas não a encontram fora de Jesus. Elas "se trancam" em si mesmas e em suas casas, têm medo do que poderá acontecer no futuro e também da morte. Mas é nesta hora que Jesus vem ao seu encontro, não para condená -las, mas para tirar o medo e dar paz. Ele oferece seu perdão, um novo relacionamento com Deus e uma nova vida com ele. Você já teve este encontro com Jesus? – VS

Confie em Jesus e troque o medo pela paz.

VIDA PLENA

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Ser cheio do Espírito Santo é viver um estilo de vida caracterizado por relacionamentos humanos com qualidade espiritual.

Quem está cheio do Espírito Santo tem alegria em conversar. Não evita seus irmãos, mas se aproxima deles. Abraça-os. Beija-os. Interessa-se por eles. Suas palavras, trocadas entre si, parecem salmos, hinos e cânticos espirituais, porque ele medita na palavra de Deus dia e noite (Salmo 1.1).

Quem tem a mente de Cristo se submete ao outro. O apóstolo Paulo termina esta característica espiritual recomendando a submissão mútua (Efésios 5.21). Um se submete, mas não espera que o outro se submeta, mas o outro se submete, de modo que ninguém se serve da submissão do outro, porque todos são submissos por amor ao outro.

O campo dos relacionamentos é o teste de provas do cristianismo. Num campo de provas, o veículo, que começou numa prancheta, é testado. Sua força é testada. Sua velocidade é aferida. Seu comportamento num choque frontal é observado. É no campo de provas que o veículo é aprovado, pronto para sair às ruas.
Para sermos aprovados na vida, precisamos ser cheios do Espírito Santo.


Israel Belo de Azevedo

VOCÊ SABE AMAR?

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Por achar erroneamente que amar é tão somente um sentimento, muita gente não sabe e nem aprende a amar durante toda a sua vida.

Para aprender a tocar um instrumento, é necessário frequentar uma escola de música ou contratar um professor particular, depois empenhar-se em conhecer um pouco de teoria musical para então sofejar as primeiras notas. Depois você conseguirá tirar algum som do instrumento e um pouco mais a frente surgirão as primeiras músicas.

Para amar, o raciocínio não pode ser diferente, é necessário que você primeiramente decida e depois comece a conhecer a teoria do amor (faça uma pesquisa apronfudada em 1 Coríntios, capítulo 13) com um pouco de empenho você logo estará praticando algumas notas de amor.

Para ser um bom músico, são necessários treino e dedicação, ficar horas e horas treinando aquele novo arpejo para então construir um bom e amplo repertório.

Para conseguirmos amar verdadeiramente precisamos nos esforçar em aprender esta arte, reconhecer que é possível atingir novos patamares e nos empenhar em alcançá-los. Com o tempo, seu esforço e dedicação começarão a produzir as mais belas melodias e logo surgirá em você a orquestra perfeita do amor.
Pense Nisso.

Esses e outros textos você pode ler no blog Vivendo uma aliança de amor do casal Márcio e Regina Cunha

PODE SER QUE DEUS INTERVENHA

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Você se pergunta por que tanto sofrimento.
Se fosse com você, até suportaria. Mas com seu filho, por que? É muito duro.
Sei que já ouviu muitas explicações. Deus sabe de todas as coisas. Deus tem o melhor. Não pergunte por que, mas para que?
Embora isto tudo seja verdade, convido-lhe para outro caminho.
Sabe para que servem as explicações? Para nos deixar mais aflitos. Vejamos: você orou e nada aconteceu. Por que nada aconteceu? Então a explicação explica que você não mereceu ser seu pedido atendido. Por que? E lá vêm outras perguntas. A explicação para o sofrimento só tem valor intelectual. Não ajuda em nada a quem sofre. Traz culpa. A culpa de não ter merecido a atenção de Deus.
Por isto, gosto de uma ideia que bebi num dos livros do teólogo católico Peter Kreeft. Diz ele que a Bíblia não explica o sofrimento, mas mostra um Deus que sofre com os que sofrem. Em outras palavras: quando sofremos, não estamos sozinhos. Nosso companheiro é Deus.
Então, em lugar de buscar explicações, peça a Deus para lhe dar forças para enfrentar a dificuldade, sobretudo com as incertezas sobre o futuro.
Ao mesmo em lugar, em vez de achar que não tem mais jeito, continue a pedir a Deus que intervenha. Ele pode fazer isto. E talvez faça.
Se fizer, cante.
Se não fizer, agradeça.
Agradeça mesmo que não compreenda.
Agradeça-lhe por estar ao seu lado quando o vale se enche de sombras. Acima delas, o sol brilha.

Desejo-lhe um BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo


O LONGO CAMINHO DA MATURIDADE | RICARDO BARBOSA

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A nobreza humana é fruto do longo caminho percorrido por aqueles que, com perseverança, amor, bondade e fidelidade, vão escrevendo sua história.

Tenho me perguntado com relativa freqüência: por que as pessoas são tão resistentes ao amadurecimento? Por que tem se tornado tão raro ver homens e mulheres crescendo emocionalmente e espiritualmente? Convivo com pessoas que, apesar de todas as experiências já vividas, depois de terem lido bons livros, conversado com pessoas maduras e inteligentes, de terem passado por escolas e universidades, ouvirem boas palestras e saberem quase tudo o que a Bíblia ensina, permanecem imaturas. Pessoas assim resistem com todas as forças a qualquer mudança; repetem os mesmos erros, as mesmas dúvidas, os mesmos sentimentos de rejeição; implicam com as mesmas coisas, oram pelos mesmos assuntos, brigam as velhas brigas. Dão a impressão de que não avançaram um milímetro no caminho do amadurecimento, não subiram nenhum degrau na escada do crescimento, não deram nenhum passo em direção a uma vida mais verdadeira. Alguns dão a impressão de que, na verdade, andaram para trás, retrocederam, tornaram-se piores do que já foram.

Basta olhar à volta e ver como as pessoas estão envelhecendo. É raro encontrar hoje um idoso maduro, sábio, bem humorado, destes que já viveram o bastante e souberam aproveitar cada experiência, que não vivem por aí resmungando e reclamando da vida, lamentando a idade e as oportunidades perdidas. Têm sempre uma boa palavra, um bom conselho; sabem envelhecer e não ficam procurando, pateticamente, viver como um adolescente, achando que o bonito está em retroceder e que a velhice é um estágio da vida que precisa ser deletado.

Penso que a resistência ao amadurecimento tem alguma relação com a resistência ao envelhecimento. Certamente, há muitas razões para a letargia emocional e espiritual em que nos encontramos hoje. Na verdade, ao olharmos para as virtudes cristãs, vamos perceber que, uma a uma, vêm sendo desprezadas e desconsideradas em nossa gloriosa civilização moderna e tecnológica. Humildade, simplicidade, castidade, generosidade, amor, bondade, paciência, coragem, lealdade, fidelidade, perseverança e gratidão vêm sendo substituídos por orgulho, vaidade, ambição, egoísmo, pressa, luxúria, inveja, traição, inconstância e ciúme. Somos, hoje, uma geração que não sabe mais amar, mas fazer sexo; que transformou o velho pecado da ambição na virtude da competência e da competitividade; que fez da vaidade a porta de acesso às banalidades sociais e do egoísmo uma arma de sobrevivência.

A paciência há muito deixou de ser uma virtude e, em seu lugar, cresceu o espírito da urgência e da pressa que, com seu pragmatismo funcional, atropelou o longo caminho da construção da dignidade e da honra. O sentimento de gratidão vem sendo substituído pela luta pelo direito e não há mais em nós aquele sentimento de dívida, que, no passado, moldou o caráter das pessoas que contribuíram com seu sacrifício para com a humanidade, porque reconheciam, com profunda gratidão, que tudo o que tinham lhes havia sido doado. O amor e a castidade perderam sua nobreza, transformando o corpo num artigo barato, usando a sensualidade como moeda para adquirir alguns momentos de euforia sexual.

Há um tempo atrás escrevi um artigo alertando contra o perigo dos atalhos. Minha preocupação era a mesma de hoje. A nobreza humana é fruto do longo caminho percorrido por aqueles que, com paciência e perseverança, gratidão e respeito, amor e bondade, fidelidade e lealdade, vão escrevendo sua história rumo à maturidade. São pessoas que sabem aproveitar cada experiência vivida, que não fogem do sofrimento e da dor, que reconhecem que tudo o que tem valor encontra-se nas profundezas da alma e precisam ser garimpados com paciência e perseverança.

Há uma metáfora do apóstolo Paulo que nos ajuda a entender isso. Ele compara a vida a uma corrida, na qual, para ganhar o prêmio, o corredor precisa de duas coisas: manter diante de si o alvo e ter disciplina. Para ele, a vida deveria ser olhada assim. Ele afirma que corria como quem sabe aonde quer chegar e, como todo atleta, impunha sobre si a disciplina necessária para ter a certeza de que não correu em vão. A imaturidade é o resultado de uma história vivida sem consciência de destino e sem disciplina.

A sensação de vazio, o tédio e falta de significado é o que move as novas gerações. Não se vê mais um sentido de missão ou consciência vocacional; não se sabe para onde caminham e nem os valores que abraçam. Os apelos da propaganda, as inúmeras ofertas e possibilidades, a agitação das festas e bares, os convites para as mais variadas atividades, levam a uma falsa sensação de preenchimento e significado. Contudo, quando as luzes se apagam, o barulho cessa, a multidão desaparece e a ressaca acaba, não sobra nada a não ser um vazio que insiste em dizer, silenciosamente, que o caminho não é este, que o alvo se perdeu, que as forças estão se esvaindo – e o tédio começa a bater mais fortemente na porta.

A maturidade tornou-se um artigo raro na sociedade pós-moderna. Alguns dias atrás, uma senhora me procurou para falar dos planos de casamento de sua filha. No meio da conversa, sua preocupação com a maturidade do casal, particularmente de sua filha, ficou evidente. Ela tinha certeza de que não estavam preparados para celebrar uma aliança tão importante e vital para suas vidas. No fim da conversa, ela disse num tom irônico: “Mulheres como eu, capazes de enfrentar as lutas que enfrentei, trabalhar, criar os filhos, amar o marido mesmo nos momentos mais difíceis, honrar a aliança que fizemos, superar as diferenças e chegar a esta altura da vida mais plena e mais verdadeira, apesar de todas as cicatrizes que ficaram, é coisa rara, pastor, muito rara”. Ela estava certa.


Autor:
Ricardo Barbosa de Souza é conferencista e pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasilia.

COMO VOCÊ ENCARA UM NOVO DIA? | ROBERT J. TAMASY

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Quando você acorda - especialmente na segunda-feira - qual a sua atitude? Você está cheio de entusiasmo e expectativas, encarando com ansiedade as oportunidades e desafios que o dia vai lhe apresentar? Ou você tem sentimentos de frustração ou mesmo medo, desejando voltar para cama e puxar as cobertas?

Se você fica no lado negativo dessa equação, pode haver várias razões: ansiedade; sérios conflitos interpessoais; problemas para para realizar que foi chamado para fazer, etc.

Outras razões podem vir à mente, mas o fator primordial é a sua atitude. Nem sempre podemos mudar as circunstâncias, mas podemos escolher nossas atitudes ao lidar com elas.

Não sou do tipo "poder do pensamento positivo" , mas da crença positiva. Gosto de começar cada dia em silêncio - às vezes antes mesmo de sair da cama - repetindo meu versículo favorito: "Este é o dia que o Senhor fez, regozijemo-nos e alegremo-nos nele" (Salmo 118.24). Se eu realmente acreditar que Deus achou por bem dar-me um novo dia, cheio de oportunidades, novas experiências e encontros inesperados, posso encará-lo com otimismo e expectativa.

A maioria dos dias nunca acontece como esperamos.

Há quase seis anos passei por uma cirurgia do coração bem sucedida e determinei encarar cada novo dia como um "presente". Ninguém tem a garantia do amanhã, mas sobreviver a um grande evento como esse, ficamos marcados para sempre. Embora reconheça que nem todo dia será agradável ou fácil, se Deus o deu a mim, deve haver uma razão e aguardarei com interesse o que ele me apresentar.

Aqui estão princípios das Escrituras para considerar como embarcar em um novo dia:

Encare cada dia como oportunidade e não imposição. Como diz o ditado, "Nossos dias estão contados". Assim, devemos valorizar o que temos e fazer uso bom e sábio do tempo que nos foi dado. "Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio" (Salmo 90.12).

Administre seu dia antes que ele seja perdido. O bem que temos em comum é o tempo. E não podemos economizá-lo para usá-lo em outro dia. A hora que se passou, se foi para sempre. Devemos considerar como usá-la para tirar o maior proveito. "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e, sim, como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus" (Efésios 5.15-16).

Questões Para Reflexão ou Discussão

1. Quando você acordou esta manhã, qual foi sua atitude para com este dia?

2. Quais as razões que você poderia ter para sentir medo, em vez de entusiasmo para com sua jornada diária?

3. Você concorda que, embora não possa mudar as circunstâncias da sua vida ou até mesmo as pessoas que convivem com você, você pode optar por ajustar sua atitude para com elas?

4. Você acredita na Escritura que afirma, "Este é o dia que o Senhor fez, regozijemo-nos e alegremo-nos nele". Como isso afeta a forma como você encara cada novo dia?

Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Eclesiastes 3.1-8; 3.9-13; Mateus 6.34; Filipenses 4.8; Colossenses 3.17,23.

O NOVO NASCIMENTO | REV. HERNANDES DIAS LOPES

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Jesus falou do novo nascimento a Nicodemos, um dos principais dos judeus, o qual tinha vindo ter com ele de noite. Jesus lhe disse: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." Disse-lhe Nicodemos: "Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?" Jesus respondeu: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito". (João 3:3-8)

Das palavras de Jesus sobre o novo nascimento se evidência que para entrar e para ver o reino de Deus é indispensável nascer de novo. As seguintes expressões: "...não pode ver o reino de Deus... não pode entrar no reino de Deus... Necessário vos é nascer de novo.." o demonstram. Portanto todos aqueles que querem entrar no Reino de Deus que está nos ceús têm que nascer de novo, de outro modo ficarão fora dele.

Mas, porque é que os homens têm que nascer de novo para poder entrar no Reino de Deus? Veja esta mensagem do Rev. Hernandes Dias Lopes e encontre a resposta para esta importante pergunta.

IRREVERSÍVEL

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"Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis." (Romanos 11:29 ARA) 

Deus é tão bom que eu tenho de ficar admirado dentro de mim. Eu não mereço o feijão que como nem a sombra que faço. Sou humano, sou falho, tenho limitações incontáveis e ainda assim Ele me ama, cuida de mim, investe em mim e se dispõe a me usar para Ele. É puramente por amor, pois minha natureza humana é carnal e portanto não serve para Deus. Por isso, Ele me mandou o Seu Espírito Santo que me aperfeiçoa, me ensina, me faz lembrar de tudo quando Jesus ensinou e me convence do meu pecado. Ato de amor.

Mas o que talvez eu nunca tenha parado para reparar é que isso me foi dado de presente e não vai ser tomado de volta nem cancelado - significado de "irrevogável". Eu posso, embora não queira e nem deva, mas posso desmerecer, não usar, menosprezar, posso até ignorar a existência. Mas é meu, e quem deu não toma de volta.

Pense que salvação é dom de Deus, pense que amor é o dom supremo, tudo que pode ser usado nesta vida para nos assemelhar ao Pai é dom de Deus. Há os dons que nos conduzem aos ministérios (Efésios 4:11) e outros que nos capacitam (1 Corintios 12). O que todos têm em comum? Foram dados por Deus aos homens para edificação, tanto individual como coletiva. Nenhum destes será tomado de volta, cancelado ou anulado. Ainda que alguns se percam na caminhada, Deus não foi o culpado, não foi Ele.

Meu querido, você é alvo do amor de Deus a ponto Dele mandar Seu Filho para morrer em seu lugar. Mais ainda, como não seríamos capazes de tocar a vida sozinhos, nos enviou Seu Espírito Santo e este nos concede capacidades (dons) para vivermos sua vontade. Pode ser que sua vida inspire ou sugira algo diferente, mas isso é momentâneo e não define seu destino. Deus te ama e isso jamais será retirado ou cancelado.

"Pai, muito obrigado por me amar tanto, por me dar tanto, por investir tanto em mim. Te agradeço, especialmente, por tantos presentes que chamamos de dons. Obrigado!" 

Mário Fernandez 

VOCÊ PODE CONTAR COM DEUS

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“… De certo, vosso pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas.” Mt. 6:32

Na passagem em questão, Jesus está conscientizando os discípulos do valor que eles têm pra Deus. Ele faz um paralelo entre a existência de pássaros e plantas diante da nossa:
“não valeis muito mais vós, homens de pequena fé?” (v. 26) 
Quão maravilhoso é saber disso! Mas quantos de nós ainda vivem uma falsa humildade deixando de levar a Deus os seus "mínimos" problemas, por julgarem que o Senhor do Universo tem algo mais importante pra fazer.

Quero que você saiba que você É importante pra Deus. E se você acha “pequenos” e sem importância para Deus,  os problemas que estão te entristecendo, saiba que o Mestre justamente por essa razão Deus espero que você conte com ele. 

Ore ao Pai. Não deixe que o inimigo te persuada  a pensar que Ele é seletivo quanto ao tamanho dos seus problemas. Deus deu tudo por você, para ter tudo de você também, até mesmo seus problemas.

“Lançando sobre Ele TODA a vossa ansiedade porque Ele tem cuidado de vós.” IPe. 5:7

Confie nEle.

FORÇA PARA VIVER - PARTE 2

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Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, SENHOR, me fazes habitar em segurança. ( Salmo 4: 8) 

Porque eu, o SENHOR teu Deus, te tomo pela tua mão direita; e te digo: Não temas, eu te ajudo. (Isaías 41:13)

E aconteceu que, num daqueles dias, entrou num barco com seus discípulos, e disse-lhes: Passemos para o outro lado do lago. E partiram. E, navegando eles, adormeceu; e sobreveio uma tempestade de vento no lago, e enchiam-se de água, estando em perigo. 
E, chegando-se a ele, o despertaram, dizendo: Mestre, Mestre, perecemos. E ele, levantando-se, repreendeu o vento e a fúria da água; e cessaram, e fez-se bonança. E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns aos outros: Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem? (Lucas 8:22-25)

Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. ( João 14:27)

Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Romanos 8:31)

FORÇA PARA VIVER

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"Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. E para onde eu vou, vós conheceis o caminho." - Jo 14.1-4

"O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei? Quando malfeitores me sobrevêm para me destruir, meus opressores e inimigos, eles é que tropeçam e caem. Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração; e se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança." - Sl 27.1-3

"Uma cousa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo. Pois, no dia da adversidade, ele me ocultará no seu pavilhão; no recôndito do seu tabernáculo, me acolherá; elevar-me-á sobre uma rocha. Agora, será exaltada a minha cabeça acima dos inimigos que me cercam. No seu tabernáculo, oferecerei sacrifício de júbilo; cantarei e salmodiarei ao Senhor." - Sl 27.4-6

"Vendo JESUS as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou a ensiná-los, dizendo:
 
Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a DEUS.
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. 

Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.
" Mateus 5:1-12.

"O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipontente diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio. Pois ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Cobrir-te-á com as suas penas, e, sob suas asas, estarás seguro; a sua verdade é pavês e escudo. Não te assustarás do terror no turno, nem da seta que voa de dia, nem da peste que se propaga nas trevas, nem da mortandade que assola ao meio-dia. Caiam mil ao teu lado, e dez mil, à tua direita; tu não serás atingido. Somente com os teus olhos contemplarás e verás o castigo dos ímpios. Pois disseste: O Senhor é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada. Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. Pisarás o leão e a áspide, calcarás aos pés o leãozinho e a serpente. Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei; pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe responderei; na sua angústia eu estarei com ele, livrá-lo-ei e o glorificarei. Saciá-lo-ei com longevidade e lhe mostrarei a minha salvação." - Sl 91

A COMPLETA SUFICIÊNCIA DE CRISTO

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“Ele vos deu vida,
Estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,
Nos quais andastes outrora,
Segundo o curso deste mundo,
Segundo o príncipe da potestade do ar,
Do espírito que agora atua nos filhos da desobediência;
Entre os quais também todos nós andamos outrora,
Segundo as inclinações da nossa carne,
Fazendo a vontade da carne e dos pensamentos;
E éramos, por natureza, filhos da ira,
Como também os demais.

Mas Deus, sendo rico em misericórdia,
Por causa do grande amor com que nos amou,
E estando nós mortos em nossos delitos,
Nos deu vida juntamente com Cristo,
— pela graça sois salvos,
E, juntamente com ele, nos ressuscitou,
E nos fez assentar nos lugares celestiais
Em Cristo Jesus;
Para mostrar, nos séculos vindouros,
A suprema riqueza da sua graça,
Em bondade para conosco, em Cristo Jesus.” – Efésios 2:1-7

A segunda metade da passagem acima, de Efésios 2, é tão brilhante e cheia de esperança na mesma medida em que a primeira parte é escura e plena de desespero. A diferença surge em duas palavras: "Mas Deus", que introduzem a grande obra de Deus em Cristo para nos salvar de nossa morte e condenação e nos dar, ao invés disso, vida e glória.

Jesus faz toda a diferença. É difícil imaginar qualquer cristão discordar dessa afirmação. "Conheça Jesus, conheça a paz. Sem Jesus, Sem paz”. Nossa teologia de adesivos de pára-choques nos ensina isto, pelo menos. No entanto, nós realmente acreditamos, porventura, que Jesus e Jesus por si só seja suficiente para nos salvar plena e integralmente dos nossos pecados, ou ainda nos agarramos o desejo muito natural do ser humano de contribuir de alguma forma para a nossa própria salvação? Para começarmos a examinar os nossos corações e responder a esta questão honestamente, vamos dar uma olhada no que exatamente a Bíblia diz sobre o que Jesus realizou por nós na Sua vida, morte e ressurreição:

1. Perdão. Este parece ser um ponto de partida natural, já que quase todos os cristãos sabem de uma coisa com certeza: "Jesus morreu pelos meus pecados”. Na Última Ceia, Jesus disse, "Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós". Entanto, não devemos negligenciar a profunda dádiva vertida por Jesus no derramamento do Seu sangue para o nosso perdão. O pecado é a essência do nosso problema. É por causa do pecado que estamos condenados diante de Deus, e é o perdão desse pecado que é a essência da nossa redenção: "No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados" (Ef. 1:7).

2. Redenção. O perdão dos pecados é a essência da nossa redenção, embora a redenção seja mais do que perdão. Ser redimido é ser "resgatado" ou "reivindicado por Deus”. É o que acontece com um escravo que é liberto, ou um prisioneiro de guerra que retorna ao seu próprio país. O pecado nos escravizou e Satanás nos capturou em seu reino das trevas, mas Jesus nos redimiu de volta a Deus. "Não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados... mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo" (1 Pe 1:18-19). “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados". (Cl 1:13-14).

3. Justiça. Nós não só precisamos ser perdoados de nossos pecados a fim de nos tornarmos aceitáveis a Deus, mas também precisamos de uma justiça real e positiva, um perfeito cumprimento da Lei de Deus. Os aspectos negativos, ou deméritos, devem ser removidos dos nossos registros, e também devemos de ter aspectos positivos perfeitos, ou méritos suficientes. morte de Cristo realiza o nosso perdão, e Sua vida sem pecado conquistou uma perfeita justiça para nós. 1 Coríntios 1:30 diz que Cristo "se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção". Isto é o que a Bíblia quer dizer quando fala sobre "a justiça da fé", ou "a justiça que vem mediante a fé", ou "justiça através da fé em Cristo”. Essencialmente, a Bíblia nos apresenta duas maneiras de obter justiça: as obras da lei e a fé em Cristo. Pelas obras da lei, busca-se ganhar ou estabelecer nossa própria justiça. Pela fé em Cristo, desistimos de qualquer tentativa de ganhar a nossa própria justiça e descansamos na justiça de Cristo: "Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que crêem; porque não há distinção". (Rm 3:21-22).

4. Paz com Deus. Aprendemos há pouco que o nosso pecado nos traz inimizade com Deus – ele nos faz inimigos de Deus. A boa notícia é que Cristo nos traz a paz com Deus, tornando-se Ele mesmo a nossa paz. "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;" (Rm 5:1). Jesus se tornou a nossa paz assumindo a maldição do pacto sobre si mesmo. Nosso pecado nos colocou debaixo de todas as maldições da lei da aliança ou do pacto de Deus, e colocar-nos, portanto, fora do pacto e em um estado de inimizade com Deus. "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido". (Gl 3:13-14).

5. O Dom do Espírito Santo. Esse versículo nos leva de forma apropriada ao nosso próximo ponto, em que a obra de Jesus também garantiu ao povo de Deus a dádiva do Espírito Santo. Ao conquistar uma perfeita justiça para nós (umajustiça substituta) e tendo pago por nossos pecados tomando sobre Si a maldição da lei (um sacrifício substituto), Cristo obteve (para nós) a promessa de Deus, isto é, a presença permanente do Espírito Santo. Esta promessa foi derramada sobre a igreja primitiva no Pentecostes, e é o direito de nascimento espiritual de cada crente, o nosso selo da redenção eterna. "Tendo Nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança". (Ef 1:13-14).

6. Regeneração (Nascendo de Novo). Intimamente relacionado com o dom do Espírito Santo está o dom da regeneração, ou o de "nascer de novo”. Quando Jesus fala em "nascer de novo" na famosa passagem de João 3, Ele se refere a isto como "nascer do Espírito”. Em Tito 3 lemos: "Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador" (Tito 3:4-6). Curiosamente, muitos cristãos falam sobre "nascer de novo através da fé em Jesus" como se a regeneração fosse algo que Deus realizasse em nós como resposta à nossa fé em Cristo. A Bíblia não usa essa linguagem em absoluto. Ela fala sobre ser "justificado pela fé" em Cristo, mas em nenhum lugar se fala sobre "nascer de novo pela fé". Somos "nascidos do Espírito" e "nascidos de novo... pela palavra de Deus", mas não "nascidos de novo através da fé”. Em uma oportunidade futura, quando examinamos o processo de salvação com mais detalhes, vamos ver porque esta é uma distinção importante.

7. Tesouros Eternos / Nossa Eterna Herança (Glorificação). Finalmente, Cristo garantiu para nós uma herança eterna no céu, um tesouro que não desaparecerá e que os ladrões não podem roubar e que as traças não podem destruir. 1 Pedro 1:3-4 fala dela como nossa "herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus", que temos "mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos".

Então, Com que contribuímos?

A maioria dos cristãos provavelmente diria "com nada" quando questionados sobre a salvação. No entanto, quando são pressionados um pouco mais, eles revelam sua crença de que, de fato, contribuem de alguma forma, ou seja, com a fé. Podemos ser tentados a encarar a fé como a única coisa que podemos dar a Deus em troca do que Ele nos dá - a salvação em Cristo. Nada poderia estar mais longe da verdade.

Longe de ser uma dádiva nossa para Deus, a Bíblia diz que, em vez de disto, a fé é uma dádiva de Deus para nós: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie." (Ef 2:8-9).  Algumas pessoas têm contestado o significado exato dessa passagem. Eles questionam se "é dom de Deus" refere-se diretamente à fé ou, de forma mais geral, à nossa salvação. Creio que se refere diretamente à fé, mas mesmo que se referira mais genericamente à nossa salvação, certamente a fé através da qual nós somos salvos está incluída no pacote.

Este não é o único lugar onde a fé é tratada como um dom que Deus nos dá. Os discípulos clamaram a Jesus: "Aumenta-nos a fé!" (Lc 17:5). Paulo diz que "segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um" é que devemos exercer nossos dons espirituais na proporção desta fé (Rm 12:3-8. Em outras palavras, Deus nem mesmo tem dado a todos os cristãos a mesma quantidade de fé.

Assim, a fé é um dom que Deus nos dá e que nos habilita a crer em Cristo e sermos salvos. Não é algo que damos a Deus ou algo que tenhamos em nós ou de nós mesmos. Se pensarmos sobre isso, isso faz sentido à luz do que já foi examinado no âmbito do item “depravação total". Se a Bíblia é precisa em sua descrição da nossa condição pecaminosa, seria impossível que algo tão precioso e belo como a fé salvadora surgisse do nossos próprios corações pecaminosos. A única maneira de podermos crer é se Deus nos der a capacidade para isto.

Então, com que podemos contribuir? Apenas com o nosso pecado. Apenas com a nossa carência. Todas as demais coisas vêm de Jesus pela bondade de Deus.


“Porque Dele, e por meio Dele, e para Ele são todas as coisas. A Ele, pois, a glória eternamente. Amém!” – Romanos 11:36


Jason A. Van Bemmel